Mix de produtos é um instrumento que define quais itens produzem valor, sustentam a rentabilidade e mantêm determinada empresa competitiva dentro do mercado.
Portanto, ter um portfólio bem estruturado traz equilíbrio entre demanda, capacidade produtiva e margens. Já falhas na gestão dos produtos acarretam custos excessivos e atrapalham o desempenho do negócio.
Continue a leitura deste artigo e descubra mais sobre a importância de um mix de produtos e como montá-lo!
Índice – Neste artigo, você confere:
- O que é mix de produto?
- A importância do mix de produtos na estratégia das empresas
- Como montar e gerenciar um mix de produtos eficiente?
- Desafios comuns na gestão de mix de produtos
- Boas práticas para otimizar o mix de produto
- FAQ
O que é mix de produtos?
O mix de produtos é o conjunto de produtos que uma empresa coloca à disposição do mercado. Ele abrange todas as linhas de produto de uma empresa, assim como suas variações, extensões e até suas funcionalidades.
No entanto, não se trata apenas de um portfólio, e sim de uma ferramenta estratégica que orienta decisões sobre produção, precificação, investimentos e atendimento a diferentes segmentos de clientes.
O desafio está em equilibrar o portfólio de produtos para atender às demandas do mercado enquanto se aprofunda a análise de rentabilidade por item, garantindo alinhamento com a margem de contribuição e uma gestão estratégica do portfólio da empresa.
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A importância do mix de produtos na estratégia das empresas
Definir de forma precisa o mix de produtos é fundamental para manter a competitividade dentro de mercados cada vez mais dinâmicos. Quando bem estruturado, ele permite:
- Aproveitar melhor o ciclo de vida do produto e substituir itens obsoletos por linhas de produtos novas.
- Atender múltiplos segmentos de mercado.
- Aumentar a margem de contribuição, priorizando produtos de maior valor agregado;
- Reduzir perdas e desperdícios ao alinhar demanda e capacidade produtiva.
- Facilitar a gestão de portfólio, direcionando investimentos para linhas mais promissoras.
Um mix desbalanceado pode levar a problemas como excesso de SKUs, aumento da complexidade operacional e baixa lucratividade. Por isso, é preciso revisar e ajustar considerando os indicadores financeiros e de mercado.
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Como estruturar e gerenciar um mix de produtos eficiente?
A estruturação e gerenciamento de um mix de produtos eficiente envolve a integração entre análise de mercado, capacidade produtiva, de entrega e gestão financeira. Esse processo permite identificar quais produtos ou serviços geram maior retorno e compreender como cada item contribui para a estratégia de longo prazo da empresa.
Além disso, é preciso contar com uma visão integrada entre áreas como produção, marketing, vendas e finanças.
Portanto, um processo estruturado deve incluir:
- Mapeamento do portfólio de produtos existente: com isso, uma empresa identifica quais produtos são mais e menos relevantes para a operação e quais são candidatos a ajustes ou eliminação.
- Definição de critérios financeiros: é fundamental estabelecer critérios claros para que um produto permaneça no mix, auxiliando na separação dos produtos que são mais estratégicos dos que apenas drenam recursos.
- Avaliação da rentabilidade por produto: aplicar a análise de rentabilidade por produto é essencial para medir não só o lucro bruto, mas quanto cada item efetivamente contribui para cobrir custos fixos e gerar resultado financeiro.
- Análise do ciclo de vida do produto: é essencial equilibrar produtos maduros que geram fluxo previsível com itens novos ou em fase de crescimento, além de analisar o declínio de um produto e decidir se vale o investimento.
- Ajuste à capacidade produtiva e logística: um mix de produto precisa ser produzido e entregue com qualidade e no prazo.
- Gestão de portfólio: o mix não é definitivo, portanto, ele carece de avaliação e monitoramento contínuos. A gestão de portfólio garante que o mix seja dinâmico e adaptável.
Desafios comuns na gestão de mix de produtos
A implementação de um mix de produtos não acontece do dia para noite e pode apresentar alguns desafios em seu processo. Abaixo, listamos alguns dos desafios mais comuns:
Excesso de SKUs e complexidade operacional
Um erro recorrente é ampliar demais o número de SKUs (Stock Keeping Unit, ou Unidade de Manutenção de Estoque em português). Sem avaliar a demanda real, isso aumenta custos de estoque, dificulta a logística e sobrecarrega a produção.
Contudo, com a gestão de portfólio, é possível evitar a fragmentação excessiva, priorizando produtos com maior impacto financeiro.
Baixa rentabilidade de determinadas linhas
Muitas vezes, itens com alto volume de vendas apresentam margens estreitas, comprometendo o resultado geral. Monitorar constantemente a margem de contribuição e a análise de rentabilidade por produto ajuda a identificar quando reduzir ou ajustar preços.
Integração entre marketing, produção e vendas
Por fim, um mix eficiente só existe quando há alinhamento entre as áreas-chave da empresa. O marketing deve identificar tendências e necessidades do mercado, a produção deve avaliar a viabilidade técnica e financeira, e o time de vendas precisa validar a aceitação do portfólio no campo.
A falta dessa integração gera lançamentos ineficazes, estoques encalhados e desperdícios financeiros.
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Boas práticas para otimizar o mix de produtos
Uma boa prática é a de revisar periodicamente o portfólio de produtos por meio de auditorias regulares, identificando produtos obsoletos ou pouco rentáveis.
Além disso, alinhar o mix de produtos e a capacidade produtiva é imprescindível para não produzir produtos sem qualidade.
Uma estratégia que funciona é a de adotar critérios claros para lançamentos e descontinuações, usando métricas como ciclo de vida do produto e análise de rentabilidade para embasar decisões.
Portanto, investir em tecnologia e dados, como sistemas de gestão e BI se torna fundamental, pois essas ferramentas permitem acompanhar indicadores em tempo real, facilitando a gestão de portfólio.
Ao seguir essas práticas, uma empresa transforma o mix de produtos em uma vantagem competitiva e passa a ter um instrumento estratégico capaz de aumentar sua rentabilidade, reduzir desperdícios e fortalecer o posicionamento da empresa no mercado.
FAQ
Qual é a definição de mix de produtos?
O mix de produtos é o conjunto de produtos que uma empresa oferece ao mercado e como esse portfólio está organizado, considerando variedade, quantidade e relação entre os itens, para apoiar decisões estratégicas de rentabilidade e posicionamento.
Como definir e criar um mix de produtos?
O primeiro passo para definir e criar um mix de produtos é analisar o mercado em que a empresa está inserida, identificando as necessidades do público-alvo, tendências, concorrência e diferenciais competitivos.
Em seguida, é fundamental avaliar a margem de contribuição de cada produto e a capacidade produtiva e operacional, garantindo que o portfólio seja viável, rentável e alinhado à estratégia do negócio.
Por fim, o acompanhamento contínuo dos indicadores de desempenho permite avaliar a performance dos produtos no mercado, apoiar decisões sobre manutenção ou descontinuação e identificar novas alternativas e oportunidades de crescimento.
Como calcular o mix de produtos?
Calcular o mix de produtos consiste em analisar o volume, o faturamento e a margem de contribuição de cada item para entender sua participação no resultado e ajustar o portfólio para maior rentabilidade.
As fórmulas são:
- Margem de contribuição (MC) = Preço de venda − Custos e despesas variáveis
- Margem de contribuição (%) = (MC ÷ Preço de venda) × 100
- Participação no mix (%) = (Faturamento ou volume do produto ÷ Total) × 100
- Margem de contribuição ponderada = MC × Participação no mix
Exemplos de mix de produtos
O mix de produtos varia conforme o setor. Abaixo, você confere alguns exemplos:
- Varejo: alimentos básicos, premium e itens de marca própria.
- Saúde: diferentes serviços ou planos.
- Indústria: produtos padrão, premium e sob demanda.
- Educação: cursos e modalidades diversas.
- Tecnologia: planos, módulos e serviços.