Saúde

Sinistralidade: saiba o que é e como calcular

Na imagem, uma pequena casa de madeira e peças de madeira caindo sobre ela.

A sinistralidade é uma peça importante para a saúde financeira de operadoras de planos de saúde e das empresas que oferecem planos aos seus colaboradores. Ela está relacionada ao controle de custos e à garantia da sustentabilidade dos serviços oferecidos por essas operadoras. 

No contexto empresarial, ela se destaca como um dos principais indicadores de RH e gestão financeira empresarial, pois revela, com clareza, o quanto os gastos assistenciais impactam a receita, oferecendo subsídios para decisões estratégicas mais eficientes. 

Neste artigo, você vai entender o conceito de sinistralidade e sua importância para o setor da saúde, assim como calculá-la e o que influencia seu índice. 

Índice – Neste artigo, você confere: 

  1. O que é sinistralidade
  1. O que influencia no índice de sinistralidade? 
  1. Como calcular a sinistralidade do plano de saúde? 
  1. O que significa ter um bom índice de sinistralidade? 
  1. Como diminuir a sinistralidade em planos de saúde? 
  1. Qual é a diferença entre VCMH e sinistralidade? 
  1. As consequências de uma sinistralidade alta para a empresa 
  1. Acompanhando a sinistralidade 

O que é sinistralidade? 

No segmento da saúde privada, a sinistralidade é a relação entre os custos com atendimentos médicos e hospitalares (os chamados sinistros) e o total arrecadado com mensalidades pelos planos de saúde. 

Esse índice mostra, em percentual, quanto da receita está sendo consumida com despesas assistenciais. 

Para exemplificar o conceito, imagine que uma operadora de saúde arrecada R$ 1 milhão e gasta R$ 800 mil com consultas, exames, internações e procedimentos. Assim, o resultado é de 80%. 

Portanto, o número indica o quão financeiramente saudável está o contrato e quanto sobra (ou não) para a operadora cobrir custos administrativos, manter o serviço ou gerar lucro. 

O que influencia no índice de sinistralidade? 

São vários os fatores que impactam diretamente no índice. Entre os principais, destacam-se: 

  • Alto uso do plano de saúde: consultas, exames e procedimentos aumentam os custos e, consequentemente, a sinistralidade.  
  • Perfil etário dos beneficiários: faixas etárias mais elevadas costumam demandar mais serviços médicos. 
  • Estilo de vida: maus hábitos, sedentarismo e estresse podem levar a problemas de saúde, aumentando a demanda pelo uso dos planos de saúde.  
  • Gestão preventiva: a falta de programas de prevenção e promoção da saúde dentro das empresas que contratam planos de saúde pode ocasionar um aumento na frequência de utilização. 
  • VCMH (Variação de Custos Médico-Hospitalares): indicador que acompanha a evolução dos preços na saúde suplementar e impacta ao alterar os valores pagos aos prestadores. 

Leia também: Como fazer um planejamento financeiro na área da saúde 

Como calcular a sinistralidade do plano de saúde? 

Para calcular a sinistralidade, basta dividir o valor das despesas assistenciais pelo valor da receita de mensalidades e multiplicar o resultado por 100. 

O cálculo é simples e objetivo: 

Sinistralidade (%) = (despesas assistenciais / receita de mensalidades) × 100

O que significa ter um bom índice de sinistralidade? 

Um índice saudável pode variar conforme o contrato e os objetivos da operadora ou empresa. Mas, em média, espera-se um índice abaixo de 70%. 

Índices entre 70% e 80% já acendem o alerta. E, acima disso, o plano pode começar a operar com riscos financeiros, sofrer reajustes elevados ou até tornar-se inviável economicamente. 

Portanto, para as operadoras de planos de saúde, controlar esse índice é algo estratégico para manter a previsibilidade dos custos com benefícios, fator essencial na gestão de custos variáveis e no equilíbrio financeiro. 

Como diminuir a sinistralidade em planos de saúde? 

Reduzir a sinistralidade sem comprometer a qualidade do atendimento exige inteligência estratégica, análises profundas dos dados e ações focadas nas empresas que contratam os planos para que estas invistam na saúde dos seus funcionários. 

Algumas boas práticas incluem: 

  • Implementar programas de medicina preventiva e qualidade de vida. 
  • Oferecer ações educativas sobre uso consciente do plano. 
  • Acompanhar de perto os relatórios mensais e identificar padrões de uso. 
  • Negociar com operadoras modelos de coparticipação e rede referenciada. 
  • Utilizar soluções de gestão integradas para monitorar o comportamento do benefício em tempo real. 

Portanto, a redução da sinistralidade é, acima de tudo, uma questão de cultura organizacional e eficiência na gestão empresarial. 

Leia também: 3 desafios enfrentados na gestão financeira pela área da saúde e como contorná-los 

Qual é a diferença entre VCMH e sinistralidade? 

Embora estejam interligados, VCMH e sinistralidade são conceitos distintos. O VCMH (Variação de Custos Médico-Hospitalares) mede o quanto os custos dos serviços de saúde aumentaram ao longo do tempo, quase como uma inflação do setor da saúde. 

Por outro lado, como vimos, a sinistralidade mede o quanto foi efetivamente gasto com esses serviços, em relação ao que foi arrecadado. 

Ou seja, a VCMH pode aumentar, mas se a utilização dos beneficiários se mantiver baixa, a sinistralidade não necessariamente sobe. Portanto, entender essa diferença é vital para ajustar estratégias de negociação e controle financeiro. 

As consequências de uma sinistralidade alta para a empresa 

Uma sinistralidade elevada impacta diretamente a gestão de recursos humanos e financeiros da empresa. 

Entre os principais impactos estão: 

  • Reajustes significativos nas renovações de contrato. 
  • Aumento dos custos variáveis e do orçamento de benefícios. 
  • Risco de rescisão contratual por parte da empresa ou da operadora. 
  • Perda de competitividade na atração e retenção de talentos. 

Além disso, valores altos podem sinalizar problemas na gestão da saúde corporativa, como uso indevido do benefício ou ausência de políticas preventivas, o que mostra uma falta de cultura organizacional nas empresas que utilizam os planos. 

Portanto, uma gestão financeira eficiente é a chave para melhorar a sinistralidade. Quando a empresa acompanha com precisão o comportamento do plano de saúde, identifica desvios e adota medidas preventivas, ela reduz desperdícios, melhora a qualidade do benefício e otimiza seus custos. 

Leia também: Tecnologia na saúde: o que o Controller precisa saber para otimizar custos e performance  

Acompanhando a sinistralidade 

O acompanhamento da sinistralidade deve ser um processo contínuo dentro da controladoria, com análises periódicas que permitam identificar desvios em relação ao planejado e compreender suas causas. 

Portanto, monitorar esse indicador com precisão é essencial para projetar cenários, ajustar o orçamento e antecipar impactos no resultado operacional da operadora. 

Com o AllStrategy Plano, esse acompanhamento se torna estruturado e integrado às demais dimensões do planejamento financeiro. A plataforma consolida dados de diversas origens, automatiza a atualização dos indicadores e viabiliza a análise de sinistralidade em conjunto com as demais variáveis orçamentárias. 

Os relatórios e painéis analíticos do AllStrategy Plano oferecem uma visão completa da performance, permitindo ao time de controladoria atuar de forma preventiva e estratégica.  

Dessa forma, o processo de acompanhamento da sinistralidade deixa de ser apenas reativo e passa a apoiar diretamente as decisões de gestão e a sustentabilidade financeira da operação. 

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