A sinistralidade é uma peça importante para a saúde financeira de operadoras de planos de saúde e das empresas que oferecem planos aos seus colaboradores. Ela está relacionada ao controle de custos e à garantia da sustentabilidade dos serviços oferecidos por essas operadoras.
No contexto empresarial, ela se destaca como um dos principais indicadores de RH e gestão financeira empresarial, pois revela, com clareza, o quanto os gastos assistenciais impactam a receita, oferecendo subsídios para decisões estratégicas mais eficientes.
Neste artigo, você vai entender o conceito de sinistralidade e sua importância para o setor da saúde, assim como calculá-la e o que influencia seu índice.
Índice – Neste artigo, você confere:
O que é sinistralidade?
No segmento da saúde privada, a sinistralidade é a relação entre os custos com atendimentos médicos e hospitalares (os chamados sinistros) e o total arrecadado com mensalidades pelos planos de saúde.
Esse índice mostra, em percentual, quanto da receita está sendo consumida com despesas assistenciais.
Para exemplificar o conceito, imagine que uma operadora de saúde arrecada R$ 1 milhão e gasta R$ 800 mil com consultas, exames, internações e procedimentos. Assim, o resultado é de 80%.
Portanto, o número indica o quão financeiramente saudável está o contrato e quanto sobra (ou não) para a operadora cobrir custos administrativos, manter o serviço ou gerar lucro.
O que influencia no índice de sinistralidade?
São vários os fatores que impactam diretamente no índice. Entre os principais, destacam-se:
- Alto uso do plano de saúde: consultas, exames e procedimentos aumentam os custos e, consequentemente, a sinistralidade.
- Perfil etário dos beneficiários: faixas etárias mais elevadas costumam demandar mais serviços médicos.
- Estilo de vida: maus hábitos, sedentarismo e estresse podem levar a problemas de saúde, aumentando a demanda pelo uso dos planos de saúde.
- Gestão preventiva: a falta de programas de prevenção e promoção da saúde dentro das empresas que contratam planos de saúde pode ocasionar um aumento na frequência de utilização.
- VCMH (Variação de Custos Médico-Hospitalares): indicador que acompanha a evolução dos preços na saúde suplementar e impacta ao alterar os valores pagos aos prestadores.
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Como calcular a sinistralidade do plano de saúde?
Para calcular a sinistralidade, basta dividir o valor das despesas assistenciais pelo valor da receita de mensalidades e multiplicar o resultado por 100.
O cálculo é simples e objetivo:
Sinistralidade (%) = (despesas assistenciais / receita de mensalidades) × 100.
O que significa ter um bom índice de sinistralidade?
Um índice saudável pode variar conforme o contrato e os objetivos da operadora ou empresa. Mas, em média, espera-se um índice abaixo de 70%.
Índices entre 70% e 80% já acendem o alerta. E, acima disso, o plano pode começar a operar com riscos financeiros, sofrer reajustes elevados ou até tornar-se inviável economicamente.
Portanto, para as operadoras de planos de saúde, controlar esse índice é algo estratégico para manter a previsibilidade dos custos com benefícios, fator essencial na gestão de custos variáveis e no equilíbrio financeiro.
Como diminuir a sinistralidade em planos de saúde?
Reduzir a sinistralidade sem comprometer a qualidade do atendimento exige inteligência estratégica, análises profundas dos dados e ações focadas nas empresas que contratam os planos para que estas invistam na saúde dos seus funcionários.
Algumas boas práticas incluem:
- Implementar programas de medicina preventiva e qualidade de vida.
- Oferecer ações educativas sobre uso consciente do plano.
- Acompanhar de perto os relatórios mensais e identificar padrões de uso.
- Negociar com operadoras modelos de coparticipação e rede referenciada.
- Utilizar soluções de gestão integradas para monitorar o comportamento do benefício em tempo real.
Portanto, a redução da sinistralidade é, acima de tudo, uma questão de cultura organizacional e eficiência na gestão empresarial.
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Qual é a diferença entre VCMH e sinistralidade?
Embora estejam interligados, VCMH e sinistralidade são conceitos distintos. O VCMH (Variação de Custos Médico-Hospitalares) mede o quanto os custos dos serviços de saúde aumentaram ao longo do tempo, quase como uma inflação do setor da saúde.
Por outro lado, como vimos, a sinistralidade mede o quanto foi efetivamente gasto com esses serviços, em relação ao que foi arrecadado.
Ou seja, a VCMH pode aumentar, mas se a utilização dos beneficiários se mantiver baixa, a sinistralidade não necessariamente sobe. Portanto, entender essa diferença é vital para ajustar estratégias de negociação e controle financeiro.
As consequências de uma sinistralidade alta para a empresa
Uma sinistralidade elevada impacta diretamente a gestão de recursos humanos e financeiros da empresa.
Entre os principais impactos estão:
- Reajustes significativos nas renovações de contrato.
- Aumento dos custos variáveis e do orçamento de benefícios.
- Risco de rescisão contratual por parte da empresa ou da operadora.
- Perda de competitividade na atração e retenção de talentos.
Além disso, valores altos podem sinalizar problemas na gestão da saúde corporativa, como uso indevido do benefício ou ausência de políticas preventivas, o que mostra uma falta de cultura organizacional nas empresas que utilizam os planos.
Portanto, uma gestão financeira eficiente é a chave para melhorar a sinistralidade. Quando a empresa acompanha com precisão o comportamento do plano de saúde, identifica desvios e adota medidas preventivas, ela reduz desperdícios, melhora a qualidade do benefício e otimiza seus custos.
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Acompanhando a sinistralidade
O acompanhamento da sinistralidade deve ser um processo contínuo dentro da controladoria, com análises periódicas que permitam identificar desvios em relação ao planejado e compreender suas causas.
Portanto, monitorar esse indicador com precisão é essencial para projetar cenários, ajustar o orçamento e antecipar impactos no resultado operacional da operadora.
Com o AllStrategy Plano, esse acompanhamento se torna estruturado e integrado às demais dimensões do planejamento financeiro. A plataforma consolida dados de diversas origens, automatiza a atualização dos indicadores e viabiliza a análise de sinistralidade em conjunto com as demais variáveis orçamentárias.
Os relatórios e painéis analíticos do AllStrategy Plano oferecem uma visão completa da performance, permitindo ao time de controladoria atuar de forma preventiva e estratégica.
Dessa forma, o processo de acompanhamento da sinistralidade deixa de ser apenas reativo e passa a apoiar diretamente as decisões de gestão e a sustentabilidade financeira da operação.
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